FREI PIO, O SANTO DA MISERICÓRDIA

FREI PIO, O SANTO DA MISERICÓRDIA

“Sede misericordiosos, como vosso Pai do céu é misericordioso.” (Lucas 6, 36) Frei Pio dedicou-se intensamente ao ministério da misericórdia com extraordinário senso de discernimento. Bastava -lhe um olhar para perceber as disposições dos penitentes e ajudá-los a verbalizar dramas escondidos, culpas antigas, dúvidas perturbadoras e interrogações profundas. Sabia ler com sinceridade no coração de cada penitente, agindo com bondade e determinação, como sabem fazer os servidores do Senhor. O certo é que Frei Pio não era um homem de facilidades. Seu confessionário era um tribunal de misericórdia e de firmeza. Mesmo as pessoas que não eram absolvidas, por não manifestarem disposição de conversão, não viam a hora de retornar para confirmar seu arrependimento e encontrar a paz.

Por ser um homem de Deus, também era um homem livre. Não tinha receio da sinceridade. A todos dizia o que precisava dizer. Era tão grande a procura para confissões que se tornou necessário organizar inscrições, até com quinze dias de antecedência, para possibilitar atendimento a todos.

Um jornalista assim comentava: “As filas que procuravam confessar-se com Frei Pio eram imensas. Sofredores de todos os modos, no corpo e no espírito, aproximavam-se pedindo orações para si e seus familiares. Uma humanidade cheia de sofrimentos, após a guerra, batia todos os dias à porta do coração de um simples capuchinho, que se doava por inteiro.” Diante da suspeita de que Frei Pio estivesse ao lado dos fascistas, por atender a todos, ele insiste em dizer que o verdadeiro cristão não pode bater a porta no rosto de ninguém que se apresente com boa intenção.

Dedicava uma especial atenção a cada pessoa que a ele chegasse. Um dia, Frei Pio estava atendendo uma humilde mãe no confessionário que havia deixado quatro filhos aos cuidados de uma vizinha para poder se confessar. No momento, o Superior o chamou com urgência, porque havia chegado a Princesa Maria José com duas damas da corte. Frei Pio não alterou um só momento sua atenção à humilde camponesa e a ela dispensou todo o tempo necessário. Só depois foi atendê-la. Tendo sabido da queixa da princesa, depois de três dias escreveu a ela: “Peço humildemente perdão se fiz a Princesa espera, mas antes da Senhora havia uma pobre camponesa que, para poder confessar-se, precisou confiar seus pequenos filhos à vizinha”.

(Secretariado Vocacional Capuchinho – Rua Haddock Lobo, 266 –  Tijuca – Rio de Janeiro)

 

 

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